" A alma é uma borboleta... há um instante em que uma voz nos diz
que chegou o momento de uma grande metamorfose..."
Rubem Alves

terça-feira, 25 de julho de 2017

Minguante
Assim, quando mínguas
Eu te amo um pouco mais
Ficas parecida comigo
Quando envolta tão em si
Quase nua.
Ninguém repara em ti
Embora sejas ainda mais bela
Quando não ofuscada por um sol.

quarta-feira, 28 de junho de 2017






A Tsunami
A Tsunami

Pule fora!
Para o lar dos insatisfeitos
Mar dos desbravadores
Um tsunami de amor se aproxima.

Pule para o ar que te falta
E os sonhos que você vive doando para as pedras
Não te sufocarão mais.

Pule alto, forte, avante!
Um tsunami ardente se aproxima
Pronto para destruir aqui dentro
Se entregue à devastação do vento.

Fugir é um ato de bravura
Enquanto os covardes se paralisam
Pule fora antes que passe
A tsunami de amor que se aproxima.



Lara 28/06/2017

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Continuando sempre

Tinha tempo pra nada
Não cobiçava o mundo
Nas pequenas mãos
Nem no coração
Apenas o continuar
Sempre
Desenfreada

E remava sem parar
Remava aflitamente
Desbravando mares e marés
Rios tortuosos e profundos
Desafiava-se na sua solidão
Embora toda à vida lhe rodeasse.

Orava,
Às vezes rezava o indizível
Embora não soubesse do infinito
Mortal que era
Mais um passo
Mais uma remada
Não lhe bastavam apenas.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Da Lara


Que loucura Lara

As pessoas correram em pânico
Se jogaram no chão
Mas que chão?

Tinha gente feliz
Profecia de giz
Chuva de areia
Mesa de jantar posta
Bandejas viradas
Tetos de concreto balançando no ar

O que não tinha era refletido por aí
Como uma falta insana de ar
Cacos cortantes de espelho
Que ninguém distinguia
Aumentando o caos...

Que loucura amiga,

E você estava lá
Perto demais como sempre
Pena que o seu olhar vazio
Era só mais um reflexo no ar
Um dos alimentos vivos da minha loucura.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Visita



Já não era  Lara
Havia se tornado lentamente
Mais  procedimento que  mulher
Uma incisão no umbigo do espelho
Um engolir-se diariamente sem água
Como quem se trata com veneno


Agora fria, fácil, ventania
Um parto novo  não doía nada
Partir  não lhe comovia
(- Adeus amiga)

O sol lhe abria mais os olhos
Entorpecida fitava-o de frente
Como se viva fosse


Sentia-se faca amolada
Carne moída, tempero que mata
Água salgada ao sol
E ao mesmo tempo não sentia
Como poderia sentir?

Gozava insone
Lara olhava do outro lado
Sombra no quarto escuro
Sorria... sumia
Já não era mais.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Continuando


No meu peito
Uma mão gelada
Um gole seco
Tudo comprido
Medo livre.

No meu mundo
Uma hora é rara
Flor de segundos
Infinitos grãos.

No meu tempo
Volta e arrepia
Cata-vento para
Escurece só.

No meu sonho
Fantasmas
Passos e suspiros
Sua voz ecoa.

No meu peito
Uma hora é rara
Cata-vento cala
Sua voz ecoa

Eternamente.


Sarah Maia
31052011 

Lar


Sussurrando
Aquela voz estranha conhecida
Na língua do teu lar flutua...
Incompreensível.

Se quiseres um dia,
Do que é mais profundo em ti,
Saberás o que ela diz
E encontrarás o seu real nativo.

Seus olhos não terão mais medo,
Cada vez que você fechá-los
Sonharás com a tua casa.

No dia em que for chamado,
Eles se abrirão em nova luz
E tudo fará sentido...
 
Sarah Maia
 
20 de novembro de 2007